O pulsar flutuante, de um ritmo efémero corta-me a respiração. TIC-TAC da solidão tem carácter elementar. Toca uma música que não quer ser ouvida.
O rio vai e não volta para que o mar possa ficar.
Comprimidos comprimidos. Compressão de futuros. Presentes esvaziados por sentidos sem passado. Fins perseguidos por noites de visão perturbada que desaguam em fumos suaves. Carros que passam. Caminhos da alma são de terra batida. Paisagens verdejantes regadas por clichés. Um copo de whisky, dois copos de whisky, três, quatro, cinco…castigo pela essência. Sentidos sem nexos. Água que de tão parada é tempestuosa. Nebulosas que brilham a dourado. Dói a processar. Custa arriscar. Um pé antes do outro, três passos sempre à frente. Um cigarro, dois cigarros, uma música, uma hora, uma vida, um dia que passa. É só um dia que passa…
O acordar, a noite seguinte. O tempo passa, eu é que fico. Vou e venho sempre ficando. Livros de capas verdes lembram-me porque sou. Cada pessoa com a sua mala, cada viagem com outro destino. Companhias solitárias na massificação. O que não mata, protela. Avalanches de vidas silenciosas e únicas. Mobilidades e encenações compostas por cada penalti bebido. O primeiro sinónimo é existir por especulação. Nem tudo dá luz, a culpa não é sempre das lâmpadas. Desenhei uma boneca de trapos para a mandar p’ró lixo…
Sexo vazio que já nem roga sentidos. Buracos no chão, paredes pintadas de escuro. Muito e amor e uma cabana é complicado só por si… a cabana é resistente aos ventos e aos curto-circuitos mas não resiste a muito amor.
Demasiado amor é chato, torna tudo sério. Nada disto devia ser sério. São só conceitos. São tão-somente palavras. O amor não se apaixona por ninguém. O amor andava ontem nos copos e pagou-me um gin tónico. Anda sempre sozinho, dorme na rua e não vai ao médico. Já se ia suicidando o amor, mas lá o salvaram para depois o internar nas psiquiatrias. Está numa camisa de forças ali prós lados da serra…ninguém ama o amor. Pudera! Está numa camisa de forças, ninguém ama um tolinho! Pode ser perigoso!
Olhei para as estrelas e fiquei tonto e decidi mudar. Tonto é bom mas não tenho coração para isso. Vim embora. Comecei nas reticências…
sábado, 13 de fevereiro de 2010
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