segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Regresso

"Atravessamos o presente de olhos vendados. No máximo, conseguimos pressentir e adivinhar aquilo que estamos a viver. Só mais tarde, quando se desata a venda e examinamos o passado é que nos apercebemos daquilo que vivemos e compreendemos o seu sentido"
Milan Kundera in "O livro dos amores risíveis"

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Citações da Noite anterior

"Há rios que correm para que mares possam ficar"
"Fode-te mas não me deixes cair"

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Faithless-Mass Destruction

Isto já tem uns aninhos jeitosos..."inaction is a weapon of mass destruction"...Não que eu goste de música electrónica mas esta música tá altamente...dá para fumar cigarros e andar aos saltos :P

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Porque não antes o nada?

"Numa situação de grande desespero, por exemplo, quando todo o peso ameaça escapar das coisas e todo o sentido se obscurece, surge a questão. Talvez de um modo insinuante, como um toque ao de leve, uma badalada surda de sino, que ecoa na existência, para de novo se esboroar aos poucos. Num júbilo da alma aparece a questão, porque aqui todas as coisas parecem transformadas, rodeando-nos como se pela primeira vez, como se antes pudéssemos compreender que elas não são do que elas são, e serem tal como são. A questão aparece numa monotonia, em que nos encontramos tão distantes do desespero como do júbilo, em que, no entanto, a tenaz banalidade do ente espalha um tal vazio que faz evocar em nós uma indiferença em relação à questão do ente ser ou não ser, o que faz ecoar, de novo, e de forma especial, a questão: Porquê é afinal ente e não antes Nada?"
Martin heiddegger in  Introdução à Metafísica

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Radiohead- Nude

Don't get any big ideas
They're not gonna happen
You paint your smile
And fill the holes
There'll be something missing
Just when you found it
It's gone
Just when you feel it
You don't
It's gone forever

She stands stark naked
And she beckons you to bed
Don't go, you'll only want
To come back again

So don't get any big ideas
They're not gonna happen
You'll go to Hell
For what your
Dirty mind is thinking

And now that you found it
It's gone
Now that you feel it
You don't
It's gone forever

Não sei nº32

Pertenço ao meu vazio
A quem devo mil presenças
Saio de mim
Para me encontrar só…

Quedo-me nas paisagens sempre tuas
Sonhadas em parcelas que não encaixam.
Desenho sentidos soltos nas ruas
Por palavras perdidas que os “eus” rebaixam.


Guardo em mim misantropias
Na esperança de criar
Caminhos de luzes vazias
Que me consigam conservar


Regresso a filosofias passadas
Chego a casa para o eterno retorno,
Rogo piedade às vidas usadas
Que me perdem no abandono

2035 azul

O pulsar flutuante, de um ritmo efémero corta-me a respiração. TIC-TAC da solidão tem carácter elementar. Toca uma música que não quer ser ouvida.
O rio vai e não volta para que o mar possa ficar.
Comprimidos comprimidos. Compressão de futuros. Presentes esvaziados por sentidos sem passado. Fins perseguidos por noites de visão perturbada que desaguam em fumos suaves. Carros que passam. Caminhos da alma são de terra batida. Paisagens verdejantes regadas por clichés. Um copo de whisky, dois copos de whisky, três, quatro, cinco…castigo pela essência. Sentidos sem nexos. Água que de tão parada é tempestuosa. Nebulosas que brilham a dourado. Dói a processar. Custa arriscar. Um pé antes do outro, três passos sempre à frente. Um cigarro, dois cigarros, uma música, uma hora, uma vida, um dia que passa. É só um dia que passa…
O acordar, a noite seguinte. O tempo passa, eu é que fico. Vou e venho sempre ficando. Livros de capas verdes lembram-me porque sou. Cada pessoa com a sua mala, cada viagem com outro destino. Companhias solitárias na massificação. O que não mata, protela. Avalanches de vidas silenciosas e únicas. Mobilidades e encenações compostas por cada penalti bebido. O primeiro sinónimo é existir por especulação. Nem tudo dá luz, a culpa não é sempre das lâmpadas. Desenhei uma boneca de trapos para a mandar p’ró lixo…
Sexo vazio que já nem roga sentidos. Buracos no chão, paredes pintadas de escuro. Muito e amor e uma cabana é complicado só por si… a cabana é resistente aos ventos e aos curto-circuitos mas não resiste a muito amor.
Demasiado amor é chato, torna tudo sério. Nada disto devia ser sério. São só conceitos. São tão-somente palavras. O amor não se apaixona por ninguém. O amor andava ontem nos copos e pagou-me um gin tónico. Anda sempre sozinho, dorme na rua e não vai ao médico. Já se ia suicidando o amor, mas lá o salvaram para depois o internar nas psiquiatrias. Está numa camisa de forças ali prós lados da serra…ninguém ama o amor. Pudera! Está numa camisa de forças, ninguém ama um tolinho! Pode ser perigoso!
Olhei para as estrelas e fiquei tonto e decidi mudar. Tonto é bom mas não tenho coração para isso. Vim embora. Comecei nas reticências…

Quoting from nowhere

"I dumped Cassie...She was with some guy"
"ooooohh Son...They're allways with someone...but if she's special, you'll just have to make sure that guy is you"
Skins S02E03

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Massive Attack - Dissolved Girl


Say, say my name
I need a little love to ease the pain
I need a little love to ease the pain
It's easy to remember when it came

'Cause it feels like I've been
I've been here before
You are not my savior
But I still don't go

Feels like something
That I've done before
I could fake it
But I still want more

Fade, made to fade
Passion's overrated anyway
Say, say my name
I need a little love to ease the pain
I need a little love to ease the pain
It's easy to remember when it came

Repentidão do ontem

Trezentos catárticos segundos de chuva
Que culminaram em mil epifanias…
Questões inatas, insolúveis neste cigarro,
Uma luz de sinestesias que iludem…
Ouço passos na minha cabeça.
Sinto o calor gélido da queda.
Vejo cores no escuro.
Que me abraça com ideias.
Vertigens todos temos,
Quando olhamos para trás.
Sonhos mal digeridos,
Por noites longas
Que acabam hoje!

Cigarros com cenas e Chuva na cara

Sentimentos vendados por razões obscuras
Amores catalogados em secções próprias
Gente a correr porque sim…porque não?
Ódios fracos e justificados
Razão venerada pela tua engenharia social!

Dizes-te livre, dizes-te em contacto.
Em contacto com a natureza que “amas”
Em contacto com sentimentos profundos
Em contacto contigo.

És forte, és independente, és diferente.
És preciso, porque faz sentido,
Tem sentido…porque tem de fazer sentido.
Se erras, estás perdido.


Abre os olhos! Acorda para a merda em que te afogaste
Roga Sentido a um Deus que criaste.
Culpa-o, censura-o, salva o que resta dele.
Não sintas, fecha os olhos e sê feliz.


Acorda! Cai daí! Vai descalço!
És pequeno, és insignificante.
És uma partícula de mil nadas,
És uma peça num puzzle nojento que criaste.


Precisas de instruções, juntamente com o porquê.
Tens que justificar a tua essência na internet
Porque tens medo de a aceitar.
Já não escreves o que pensas.
O que pensas pode matar.


Sê feliz, sê miserável,
Pede desculpas, pois existes,
Sê bom, sê mau…
Mas digna-te a ser…
Outra vez…

Deves-te a ti próprio…
Morrer em ti.