Disse-me um dia à mente o Coração:
"Quando me lembro que os fogos da Quimera
Teu amor imolei, fria Razão,
Logo um vago terror me aflige e altera;
Porque temo não vás, fada severa,
Para agora punir minha traição,
Do teu porto negar-me a paz austera
Ao ver-me naufragante da Ilusão!"
Mas a Razão, serena, respondeu:
"Descansa, Coração; se me traíste,
Já meu alto ditame te absolveu,
Pois li sempre através do que tentaste
Na mentira de quanto possuíste
A verdade de quanto desejaste".
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