sábado, 14 de novembro de 2009

Sonho de uma noite de Outono

Sonho a preto e branco

texturas desfiguradas

perdidas em ti…

Vejo prados cinzentos

Iluminados pela luz ofuscante

De um olhar vazio…

Ensurdece-me o nada

Que estas correntes preservam…

Uma voz agonizante percorre

A paisagem e vem morrer em mim…

A brisa torna-se em ausência

E acaba só…

As árvores dançam em meu redor

Celebrando, sempre, frias e distantes…

O impetuoso corvo pousa

Numa vedação antiga

E estende-me a sua asa…

Uma sensação de pesar

Percorre-me o peito…

Tento arrancar a dor

E caio de joelhos no chão…

O pulsar é mais fraco

O fim está próximo…

E quão belo é o requiem

Que toca agora incessantemente…

Quão grande é a extensão

Desta perfeição...

Quão doce é o desassossego

Da misantropia…

Caio sobre as costas,

E largo a espada…

Caiu o escudo e

Fiquei mais leve…

Eternamente perdido

E para sempre encontrado

Em mim…

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