A: Está escuro, não quero ir. Não me abandones! Não me deixes! Fazes-me falta!
B: És sozinho, e assim pertences! Não mereces ninguém para se afundar contigo até ao fim dos tempos. És uma alma velha. Morre de uma vez!
A: Não me quero querer salvar. Estou cansado desta dor!
B: Dor? Que dor? Exclamas bem alto a tua dor, quando nada fazes para a atenuar...
A: A dor de não doer nada, que afoga em nadas a dor de doer tudo...Escorrem-me por estes estigmas pedaços de alma que me fazem sentir...
B: Deixa a dor chegar ao fim...depois disto só há calma! Nada que temer, nada que mereça ser salvo...Nada mais a perder...
A: Não quero ajuda!...Não!Espera!...Preciso que me salvem...estou no abismo...será o fundo?
B: Arrependimento e desolação pelo que podias ter sido...Culpa só tua por aquilo em que te tornaste...
A: Como é belo o fundo...Lá a dor parece dissipar-se...
B: Odeio-te e quero-te odiar!...dava-te a mão mas tenho pouca vontade de a estender...
A: Sai daqui! deixa-me!
B: Este ódio cego que te tenho, arde-me no peito...
A: Por favor...uma última vez...
B: Tudo o que foste...foste-o por ti...Destruíste-te sozinho. Parte sozinho!
A: Não me esqueças...
B: Já te esqueceste...
domingo, 4 de outubro de 2009
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1 comentário:
Simplesmente belo... arrepiante mm. Gostei...
Abraços
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