quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Antichrist (2009)

Não há palavras para descrever este filme...
Vejam este trailer...
Vi o filme e fiquei colado a olhar para os créditos...

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Syd Barrett - Dark Globe

Esta música é simplesmente fantástica...(os placebo têm uma boa cover)
Este senhor é absolutamente fantástico...Para quem não conhece, Syd Barrett foi o primeiro vocalista dos Pink Floyd...Saiu da banda apenas dois anos da formação dos Pink Floyd...Problemas com consumo de drogas, divergências critativas etc...Syd foi-se retirando do mundo da música aos poucos, embora tivesse feito uma breve carreira a solo editando dois álbuns idiossincráticos mas bastante considerados The Madcap Laughs (1970) e Barrett (1971).
Note-se no entanto que isto não é música para todos os ouvidos...

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Plácidas 6as feiras...

São 17:00 e já está a escurecer...Gosto disto no Outono...O meu terraço é brutal para olhar para a serra, fumar cigarros e ouvir David Bowie...isto esteve no repeat nesta sexta à tarde, dia 11 de dezembro de 2009... Um dia que começou claro e acabou "!"...

domingo, 6 de dezembro de 2009

Noites em que doem canelas...

Estava eu no NL e alguém me dá isto para ler...



Os meus contemporâneos falam muito
e dizem: "Então é assim",
com o ar desenvolto de quem se alimenta
do som da própria voz, quando começam
a explicar longamente as actuais tendências
das artes ou das letras ou das sociedades
a pouco e pouco iguais umas às outras
neste primeiro mundo em que nascemos,
agora que o segundo deixou de existir
e que o terceiro, mais guerra, menos fome,
continua abstracto, em folclore distante.

Parece que está morta a metafísica
e que a verdade adormeceu, sonâmbula,
nos corredores vazios onde, às escuras,
se vão cruzando alguns milhões de frases
dos meus contemporâneos. Todavia,
falam de tudo com o entusiasmo
de quem lança "propostas" decisivas
e percorre as "vertentes" de novos caminhos
para a humanidade, enquanto saboreiam
a cerveja sem álcool, o café
sem cafeína e sobretudo
o amor sem amor, pra conservarem
o equilíbrio físico e mental.

Os meus contemporâneos dizem quase sempre
que não são moralistas, e é por isso
que forçam toda a gente, mesmo quem não quer,
a ser livre, saudável e feliz:
proíbem o tabaco e o açúcar
e se por vezes sofrem, tomam comprimidos
porque a alegria é uma questão de química
e convém tê-la a horas certas, como
o prazer vigiado por preservativos
e outros sempre obrigatórios cintos
de segurança, pra que um dia possam
sentir que morrem cheios de saúde.

Quando contemplo os meus contemporâneos
entre as conversas trendy e os lugares da moda,
"tropeço de ternura", queria ser
pelo menos tão ingénuo como eles,
partilhar cada frémito dos lábios,
a labareda vã das gargalhadas
pela madrugada fora. No entanto,
assedia-me a acédia de ficar
assim, mais preguiçoso do que um Oblomov
à escala portuguesa - ó doce anestesia
a invadir-me o corpo, a libertar-me
desse feitiço a que se chama o "espírito
do tempo" em que vivemos, sob escombros
de um céu desmoronado em mil pequenos cacos
ainda luminosos, virtuais
estrelas que se apagam e acendem
à flor de todos os écrans
que os meus contemporâneos ligam e desligam
cada dia que passa, nunca se esquecendo
de carregar nas teclas necessárias
para a operação "save"
e assim alcançarem a eternidade.


Fernando Pinto do Amaral

sábado, 5 de dezembro de 2009

then the cloud will open for me

Esta música chegou a estar noites inteiras no repeat...
My guy is a tad transcontinental
But it keeps me enchained
Watch an old black and white movie
Fred and ginger are too sentimental, crying in shame
I don't want to be forgotten
I can't be alone
So don't you dare leave me
It's like coming home
To a skin that has died
Human voices like a drum
And they're looking right through me
Scatter the ashes one more time for me, one more time for me
My guy is a tad too ornamental
When he's frozen in space
Cut your eye far to me
A covered carcass is too elemental, caught underneath a subway
I don't want to be forgotten
I can't be alone
So don't you dare leave me
It's like coming home
It's a skin that has died
Human voices like a drum
And they're looking right through me
Scatter the ashes one more time for me, one more time for me
One more time for me, one more time for me
One more time for me, one more time for me
One more time for me, one more time for me
Trans-likened, twisting my ankle
Doing the grave dance
Narcotic? yes please, I'll have a sample
Riding on my very last chance
Then the clouds will open for me
Gonna meet my jesus christ
I see history playing before me
For pleasure and passion you play the price
Sadness the name of the spike that took me
I'll make that's all
Like some raging, hard, horny mephistopheles
Who came for my soul

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Modos de Constuir uma Personalidade

Modos de construir uma personalidade, ou os oito problemas principais:
Queremos simplificar-nos, ou diversificar-nos?
Queremos ser mais felizes, ou mais indiferentes à felicidade e à desgraça?
Queremos ficar mais satisfeitos connosco, ou mais exigentes e mais impiedosos?
Queremos tornar-nos mais amigáveis, mais indulgentes, mais humanos, ou mais desumanos?
Queremos ser mais prudentes, ou mais impulsivos?
Queremos atingir um fim, ou evitar todos os fins - como, por exemplo, faz o filósofo para o qual toda a espécie de fins tresanda, despropositadamente, a limites impostos, mesquinhez, prisão, toleima?
Queremos ser mais respeitados e mais importantes, ou mais desconsiderados?
Queremos tornar-nos tiranos, ou impostores? Pastores, ou carneiros?

Nietzsche

sábado, 28 de novembro de 2009

Legendary Tiger Man "Life Aint Enough For You"

Fui ontem à Fnac Coimbra assistir ao concerto deste senhor e só não comprei imediatamente o Álbum porque não tinha dinheiro comigo...
Gostei bastante do novo trabalho do Paulo furtado - the legendary tigerman. É daqueles álbuns em que carregamos no play e nos sentamos a olhar pro tecto e a fumar cigarros...
Neste vídeo escusam de se questionar...Sim! é a Asia Argento que contracena com ele...O vídeo tá muito bem feito mesmo.
Quanto ao álbum chama-se "Femina" e realço: este é daqueles que vale mesmo a pena comprar e ter na colecção.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O vento destes dias lembrou-me disto...

"O vento da outra noite derrubou o Amor
Que, no mais misterioso recanto do parque,
Nos sorria, ao esticar malignamente o arco,
E cujo ar nos fez meditar com fervor!

O vento da outra noite derrubou-o! O mármore
com o sopro da manhã, disperso, gira. É triste
Olhar o pedestal, onde o nome do artista
Se lê com muito esforço à sombra de uma árvore,

É triste ver em pé, sozinho, o pedestal!
Melancólicos vêm e vão pensamentos
No meu sonho, onde o mais profundo sofrimento
Evoca um solitário futuro fatal.

É triste! — E mesmo tu, não é? ficas tocada
Plo cenário dolente, embora te divirtas
Com a borboleta rubra e de oiro, que se agita
Sobre a alameda, além, de destroços juncada."

Paul Verlaine
Tradução de Fernando Pinto do Amaral

domingo, 22 de novembro de 2009

Razões para estar acordado às 03:14

Penso em ti no silêncio da noite, quando tudo é nada,

E os ruídos que há no silêncio são o próprio silêncio,

Então, sozinho de mim, passageiro parado

De uma viagem em Deus, inutilmente penso em ti.




Todo o passado, em que foste um momento eterno

E como este silêncio de tudo.

Todo o perdido, em que foste o que mais perdi,

É como estes ruídos,

Todo o inútil, em que foste o que não houvera de ser

É como o nada por ser neste silêncio nocturno.




Tenho visto morrer, ou ouvido que morrem,

Quantos amei ou conheci,

Tenho visto não saber mais nada deles de tantos que foram

Comigo, e pouco importa se foi um homem ou uma conversa;

Ou um [...] assustado e mudo,

E o mundo hoje para mim é um cemitério de noite

Branco e negro de campas e [...] e de luar alheio

E é neste sossego absurdo de mim e de tudo que penso em ti.


Álvaro de Campos

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Citação

"A liberdade não consiste só em seguir a sua própria vontade, mas às vezes também em fugir dela"
Kobo Abe

Jeff Buckley- Lover, You Should've Come Over

Na semana em que Jeff Buckley faria 43 anos, se não se tivesse "afogado"...vejo-me obrigado a prestar tributo a este SENHOR da música!
Foi um concerto deste génio que inspirou um tal de senhor Yorke a escrever fake plastic trees :)
"Grace" é, sem dúvida alguma, um dos álbuns da minha vida!
O concerto no Olympia é provavelmente uma das cenas mais marcantes que já ouvi...
Para quem não conhece, ouça e tome muita atenção às letras porque além de músico completo, Jeff Buckley foi mais poeta que muitos que assim se intitulam...
Tudo na música de jeff Buckley transpira sentimento, alma, verdade...

A angústia

Nada em ti me comove, Natureza, nem
Faustos das madrugadas, nem campos fecundos,
Nem pastorais do Sul, com o seu eco tão rubro,
A solene dolência dos poentes, além.

Eu rio-me da Arte, do Homem, das canções,
Da poesia, dos templos e das espirais
Lançadas para o céu vazio plas catedrais.
Vejo com os mesmos olhos os maus e os bons.

Não creio em Deus, abjuro e renego qualquer
Pensamento, e nem posso ouvir sequer falar
Dessa velha ironia a que chamam Amor.

Já farta de existir, com medo de morrer,
Como um brigue perdido entre as ondas do mar,
A minha alma persegue um naufrágio maior.


Paul verlaine

Tradução de Fernando Pinto do Amaral

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Olha o que havia no século XV...

BALADA DOS ENFORCADOS
Irmãos humanos que depois de nós viveis.
Não tenhais duro contra nós o coração.
Porquanto se de nós, pobres, vos condoeis.
Deus vos concederá mais cedo o seu perdão.
Aqui nos vedes pendurados, cinco, seis:
Quanto à carne, por nós demais alimentada.
Temo-la há muito apodrecida e devorada,
E nós, os ossos, cinza e pó vamos virar.
De nossa desventura ninguém dê risada:
Rogai a Deus que a todos queira nos salvar!

Chamamo-vos irmãos : disso não desdenheis.
Apesar de a justiça a nossa execução
Ter ordenado. Vós, contudo, conheceis
Que nem todos possuem juízo firme e são.
Exculpai-nos – que mortos, mortos, nos sabeis -
Com o filho de Maria, a nunca profanada;
A sua graça, para nós, não finde em nada,
No inferno não nos venha o raio despenhar.
Ninguém nos atormente, a vida já acabada.
Rogai a Deus que a todos queira nos salvar!

A chuva nos lavou, limpou-nos, percebeis;
O sol nos ressequiu até à negridão;
Pegas, corvos cavaram nossos olhos – eis! -,
Tiraram-nos a barba, a bico e repuxão.
Em tempo algum tranquilos nos contemplareis:
Para cá, para lá, o vento de virada
A seu talante leva-nos , sem dar pousada;
Mais que a dedal, picam-nos pássaros no ar.
Não queirais pertencer a esta nossa enfiada.
Rogai a Deus que a todos queira nos salvar!

Príncipe bom Jesus, de universal mandar,
Guardai-nos, ou o inferno nos arrecada:
Lá nada temos a fazer, nada a pagar.
Homens, aqui a zombaria é inadequada:
Rogai a Deus que a todos queira nos salvar

François Villon
(trad. Péricles Eugênio da Silva Ramos)

sábado, 14 de novembro de 2009

Sonho de uma noite de Outono

Sonho a preto e branco

texturas desfiguradas

perdidas em ti…

Vejo prados cinzentos

Iluminados pela luz ofuscante

De um olhar vazio…

Ensurdece-me o nada

Que estas correntes preservam…

Uma voz agonizante percorre

A paisagem e vem morrer em mim…

A brisa torna-se em ausência

E acaba só…

As árvores dançam em meu redor

Celebrando, sempre, frias e distantes…

O impetuoso corvo pousa

Numa vedação antiga

E estende-me a sua asa…

Uma sensação de pesar

Percorre-me o peito…

Tento arrancar a dor

E caio de joelhos no chão…

O pulsar é mais fraco

O fim está próximo…

E quão belo é o requiem

Que toca agora incessantemente…

Quão grande é a extensão

Desta perfeição...

Quão doce é o desassossego

Da misantropia…

Caio sobre as costas,

E largo a espada…

Caiu o escudo e

Fiquei mais leve…

Eternamente perdido

E para sempre encontrado

Em mim…

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Rammstein - Ohne Dich

Tive o enorme prazer de ter estado no Pavilhão atlântico ontem, dia 8 e presenciar o início da tour dos RAMMSTEIN!!!! Foi um espectáculo que não me frustrou as expectativas!!!Apesar das dores por todo o corpo, QUERO MAIS!!!!
Esta é, em minha opinião uma prova que a língua alemã também pode ser romântica...Esta balada Ohne dich, em português, "Sem ti" é das cenas mais lindas que já ouvi!

Para quem quiser está aqui a letra em alemão:



Ich werde in die Tannen gehen,
Dahin, wo ich sie zu letzt gesehen

Doch der Abend wirft ein Tuch aufs Land,
Und auf die Wege hinterm Waldesrand

Und der Wald er steht so schwarz und leer,
Weh mir oh weh, und die Vögel singen nicht mehr...

Ohne dich kann ich nicht sein – Ohne dich,
Mit dir bin ich auch allein - Ohne dich.
Ohne dich zähle ich die Stunden – Ohne dich,
Mit dir stehen die Sekunden – Lohnen nicht.

Auf den Ästen in den Gräben,
Ist es nun still und ohne Leben

Und das Atmen fällt mir ach, so schwer,
Weh mir oh weh, und die Vögel singen nicht mehr...

Ohne dich kann ich nicht sein – Ohne dich,
Mit dir bin ich auch allein - Ohne dich. (Ohne dich)
Ohne dich zähle ich die Stunden – Ohne dich,
Mit dir stehen die Sekunden – Lohnen nicht, ohne dich.

Ohne dich

Und das Atmen fällt mir ach, so schwer,
Weh mir oh weh, und die Vögel singen nicht mehr...

Ohne dich kann ich nicht sein – Ohne dich,
Mit dir bin ich auch allein - Ohne dich (Ohne dich)
Ohne dich zähle ich die Stunden – Ohne dich,
Mit dir stehen die Sekunden – Lohnen nicht, ohne dich

Ohne dich

Ohne dich

Ohne dich

Ohne dich


E aqui está a tradução em Inglês:
I will go into the firs,
there where I her last seen,
but the evening threw a cloth onto the country,
and on the ways term edge of forest,
and the forest rises so black and empty,
pain
me oh pain,
and the birds do not sing no more

Without you I cannot be,
without you,
with you am I also alone,
without you,
without you count ' I the hours,
without you,
with you the seconds stand,
are not worth

On the branches in the ditches,
it is now quiet and without lives,
and breathing falls me oh so heavily,
pain me oh pain,
and the birds do not sing no more

Without you I cannot be,
without you,
with you am I also alone,
without you,
without you count ' I the hours,
without you,
with you the seconds stand,
are not worth, without you

and breathing falls me oh so heavily,
pain oh pain,
and the birds do not sing no more

Without you I cannot be,
without you,
with you am I also alone,
without you,
without you count ' I the hours,
without you,
with you the seconds stand,
are not worth, without you

Without you!
Without you!
Without you!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Monólogos ao acaso

"It doesn't matter what I do...or what I choose...
I'm what's wrong...
And there's nothing
I can do about it...
If
I'm not hurting myself, I'm hurting everyone around me...
And there's nothing
I can do about it...
I'm broken..."

"Debra Morgan" em "Dexter-episódio 5, 4ªtemporada"

Theatre Of Tragedy : And When He Falleth

Música 5 do "Velvet darkness they fear", o melhor Álbum dos Theatre of tragedy, sem dúvida alguma.
Esta música é uma daquelas que marcou a minha juventude...Não significando isto que goste do Saramago!



Be my kin free fro varnal sin
Bridle the thoughts of thy Master

(There hath past away a glore fro the Earth
A glore that in the hearts and minds of men
Men dementéd, blindfoldéd by light
Hourisheth as weed in their well-groom'd garths)

(Might I too was blindfoldéd ere)
The quality of mercy and absolution
(Tho' years have master'd me)
Whence cometh such qualities?
(A masque of this to fashion)
Build thyself a mirror in which
(Seer blest, thou best philosopher)
Solely wanton images of thy desire appear

(Tis the divine comedy)
Tis the divine tragedy
(The fool and the mocking court)
The fool and the mocking court
(Fool, kneel now and ring thy bells)
Fool, kneel now and ring thy bells
(We hold the Earth fro Heaven away)
Make us guffaw at thy futile follies
Yet for our blunders, oh, in shame
Earth beareth no balm for mistakes
(We hold the Earth fro Hell away)
We hold the Earth fro Hell away

- That cross you wear around your neck... Is it only a decoration or are you a true Christian believer?
- Yes, I believe, truly.
- Then I want you to remove it at once and never to wear it within this castle again! Do you know how a falcon is trained my dear? Her eyes are sown shut. Blinded temporarily she suffers the whims of her God patiently, until her will is submerged and she learns to serve. As your God taught and blinded you with crosses.
- You had me take off my cross because it offended...
- It offended no-one. No, it simply appears to me to be discourteous to... to wear the symbol of a deity long dead. My ancestors tried to find it. And to open the door that seperates us from our Creator.
- But you need no doors to find God. If you believe...
- Believe? If you believe you are gullible. Can you look around this world and believe in the goodness of a god who rules it? Famine, pestilence, war, disease and death! They rule this world.
- There is also love and life and hope.
- Very little hope I assure you. No. If a god of love and life ever did exist... he is long since dead. Someone... Something rules in his place.

(Believe? In a deily long dead?
I would rather be a pagan suckléd in creeds outworn
Whith faärtytales fill'd up in head
Thoughts of the Book stillborn)

Shadow of annoyance, ne'er come hither
And when He falleth, he falleth like Lucifer
Ne'er to ascend again, ne'er to ascend again

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Pensamento do dia

"(...)os comentários de Saramago não são nem chocantes nem novos. E apenas representam um obstáculo à fé para quem não tenha a menor ideia do que é e do que pretendia ser o Antigo Testamento. As críticas de Saramago são unicamente banalidades superficiais, que revelam uma profunda ignorância da filosofia e da religião ocidentais e uma total incompreensão da linguagem poética e narrativa de desde há mais de três mil anos. Só quem ignora tal herança, jornalistas e responsáveis religiosos incluídos, poderia tornar o patético desabafo do romancista numa tal polémica. E, para mim, essa foi a parte mais desanimadora e mais perturbante de toda esta "inventada" notícia: descobrir que na sociedade onde vivemos, entre os seus membros mais ilustres e cultivados, possa prolongar-se tão lastimosa ignorância de uma parte importantíssima do legado civilizacional da filosofia e da cultura ocidentais."

Richard Zimler, traduzido por José Lima
ver aqui texto integral

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Stiff Upper Lip - AC/DC

Que Classe...hoje apeteceu-me voltar a ouvir disto...e valeu a pena ;P...Rockalhada simples e da boa..daquela que dá pra tar sentado numa cadeira à janela a fumar um cigarro e a bater o pé!:) ..."simpler is better"

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

"Batem as portas"

Tudo começa no nada...


O vazio de não se ter um propósito...
...de se andar perdido...
...de andar tanto tempo sem encontrar...
...que se se chega ao ponto de deixar de procurar...
...e quando se pára de procurar,
Pensamos, enganados, que parámos porque desistimos.
A realidade só bate quando nos apercebemos que deixámos de querer procurar...


...Nesta altura, o vazio já dói tanto,
Que o coração quer parar,
Que a Razão implora por emoção, de qualquer tipo...
...E é o medo, e só ele, que nos separa da aniquilação do ser...


Estamos naquele ponto em que imploramos por ajuda...
...Mas ela não vem...
...Porque já lhe somos inacessíveis...
...Porque não existe...
...Porque a ajuda é só ajuda...
...E não passará, nunca, de ajuda...

Nós só conseguimos ajudar...
Não conseguimos ser ajudados...


...E queremos fugir...
...E já não queremos mais...
Imploramos, apenas, que chegue ao fim.


Porque tem de ser...
...Porque pode ser...
...Porque já foi...
...Porque não demos por ele a chegar...
...Porque foi chegando...
...Porque já tardou...

HIM - Bury me deep inside your heart

Hoje apeteceu-me regredir um pouco...Nem faz bem nem faz mal,,,


Let me wake up in your arms
Hear you say it's not alright
Let me be so dead and gone
So far away from life
Close my eyes
Hold me tight
And bury me deep inside your heart

All I ever wanted was you, my love
You're all I ever wanted is you, my love
Your're all I ever wanted, just you

Let me never see the sun
And never see you smile
Let us be so dead and so gone
So far away from life
Just close my eyes
Hold me tight
And bury me deep inside your heart

All I ever wanted was you, my love
You're all I ever wanted is you, my love
You're all I ever wanted, you, oh my love
You're all I ever wanted, you, my love

That's the way it's always been
My heart stops beating only for you Baby
Only for your loving

All I ever wanted was you, my love
You're all I ever wanted is you, my love
You're all I ever wanted, you, my love
You're all I ever wanted, you, my love

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Pensamento do dia

"Sentia-me à vontade em tudo, isso é verdade, mas ao mesmo tempo nada me satisfazia. Cada alegria fazia-me desejar outra. Ia de festa em festa. Acontecia-me dançar noites a fio, cada vez mais louco com os seres e com a vida. Por vezes, já bastante tarde, nessas noites em que a dança, o álcool leve, o meu desenfreamento, o violento abandono de cada qual, me lançavam para um arroubo ao mesmo tempo lasso e pleno, parecia-me, no extremo da fadiga e no lapso de um segundo, compreender, enfim, o segredo dos seres e do mundo. Mas a fadiga desaparecia no dia seguinte e, com ela, o segredo; e eu atirava-me outra vez. "
Albert Camus

domingo, 18 de outubro de 2009

Pensamento do dia

"O egoísmo vale o que valer fisiologicamente quem o pratica: pode ser muito valioso, e pode carecer de valor e ser desprezível. E lícito submeter a exame todo o indivíduo para se determinar se representa a linha ascendente ou a linha descendente da vida. Quando se conclui a apreciação sobre este ponto possui-se também um cânone para medir o valor que tem o seu egoísmo. Se se encontra na linha ascendente, então o valor do seu egoísmo é efectivamente extraordinário, — e por amor à vida no seu conjunto, que com ele progride, é lícito que seja mesmo levada ao extremo a preocupação por conservar, por criar o seu optimum de condições vitais. O homem isolado, o «indivíduo», tal como o conceberam até hoje o povo e o filósofo, é, com efeito, um erro: nenhuma coisa existe por si, não é um átomo, um «elo da cadeia», não é algo simplesmente herdado do passado, — é sim a inteira e única linhagem do homem até chegar a ele mesmo... Se representa a evolução descendente, a decadência, a degeneração crónica, a doença (— as doenças são já, de um modo geral, sintoma da decadência, não causas desta), então o seu valor é fraco, e manda a mais elementar justiça que ele subtraia o menos possível aos bem constituídos. Ele não é mais do que o parasita destes... "

Nietzsche, em "Crepúsculo dos Ídolos"

Citação do dia

"A beleza ideal está na simplicidade calma e serena"
Goethe

Citação

"Rafe didn't seem to realize...he's just been appointed to save my life"
Monólogo de Prozac Nation

sábado, 17 de outubro de 2009

black rebel motorcycle club, "spread your love".

It brings back some memories right? :P


Spread your love like a fever
And don't you ever come down
Spread your love like a fever
And don't you ever come down
I spread my love like a fever
I ain't ever coming down

She gave me love like a big fire
I only saw it once
She spread her love like a fever
She's bad, but not enough

(I'm so low)
Spread your love like a fever
(I'm so low)
And don't you ever come down
(I'm so low)
Spread your love like a fever
(I'm so low)
And don't you ever come down
I spread my love like a fever
I ain't ever coming down

She spread her love like a big fire
I only saw it once
She gave me love like a sister
She's bad, but not enough

(I'm so low)
Spread your love like a fever
(I'm so low)
And don't you ever come down
(I'm so low)
Spread your love like a fever
(I'm so low)
And don't you ever come down
I spread my love like a fever
I ain't ever coming down

Spread your love like a fever
And don't you ever come down
Spread your love like a fever
And don't you ever come down
Spread your love like a fever
Spread your love like a fever
Spread your love like a fever
Spread your love like a fever

Citação do dia

"Se compreendêssemos, nunca mais poderíamos julgar"
André Malraux

Diálogos alheios

"- Nunca se faz nada da vida.
- Mas ela faz alguma coisa de nós.
- Nem sempre... O que espera você da sua?
- Penso que sei sobretudo o que não espero dela...
- De cada vez que você teve de optar, não se...
- Não sou eu que opto: é aquilo que resiste.
- Mas o quê?
- À consciência da morte.
- A verdadeira morte, é a decadência. É tão mais grave, envelhecer ! Aceitarmos o nosso destino, a nossa função, a casota de cão erguida na nossa vida única... Não se sabe o que é a morte quando se é novo..."
André Malraux, in "A Estrada Real"

Pensamento do dia

"Todas as espécies de prazer ou de dor, por mais espontâneas que sejam, são resultantes duma grande complexidade, nelas estão contidas: toda a nossa experiência e uma quantidade enorme de juízos de valor e de erros.
A intensidade da dor está longe de ser proporcional ao perigo que possa anunciar, como o nosso conhecimento dos factos comprova. O mesmo se dá quanto à intensidade do prazer, que não é proporcional ao estado do nosso conhecimento actual, mas sim ao conhecimento obtido nos longos períodos da humanidade primitiva e da animalidade.
Nós estamos submetidos à lei do passdo, ou seja: à lei das crenças e dos juízos de valor."
Friedrich Nietzsche, in 'A Vontade de Poder'

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Breathe Underwater - Placebo

Estava eu sem nada de melhor que fazer e pensei "vá...deixa-me lá ouvir o novo album dos placebo, ha-de tar uma cagada gigante,...mas pronto..." e qual o meu espanto quando, depois de grande suplício de barbaridades a que chamam "musica", chego a esta...Breathe underwater...e não consegui de deixar isto no repeat durante algum tempo...de facto se repararem na letra...parece alto pedido de desculpas aos fans mais antigos...e pronto...voltei a acreditar na humanidade...mas não sei se será por mt tempo...será até ao próximo album lol

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Pensamento do dia

"É certo que a infelicidade não depende apenas da dor, mas a alegria, essa, só devia depender da ausência de dor física. Vinte séculos inteiros e completos não inventaram uma explicação do sofrimento; sofre-se em comparação com o que é não sofrer, e nenhum homem saudável quer ser educado previamente para aquilo que é mau. Já não se treina a resistência à dor: evita-se, sim, a mistura com essa 'coisa' repelente."
Gonçalo M. Tavares in "A Máquina de Joseph Walser"

sábado, 10 de outubro de 2009

Citação do dia

"Quem se mata corre atrás de uma imagem que forjou de si próprio: as pessoas matam-se sempre para existir "
André Malraux

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Yngwie Malmsteen - Icarus Dream Fanfare com Orquestra filarmónica do Japão

Ainda me perguntam porque é que a Suécia e o Japão são os melhores países do mundo!!! PORQUE LÁ HÁ DISTO!!!!!!...

domingo, 4 de outubro de 2009

Diálogos lavados em vácuo...

A: Está escuro, não quero ir. Não me abandones! Não me deixes! Fazes-me falta!

B: És sozinho, e assim pertences! Não mereces ninguém para se afundar contigo até ao fim dos tempos. És uma alma velha. Morre de uma vez!

A: Não me quero querer salvar. Estou cansado desta dor!

B: Dor? Que dor? Exclamas bem alto a tua dor, quando nada fazes para a atenuar...

A: A dor de não doer nada, que afoga em nadas a dor de doer tudo...Escorrem-me por estes estigmas pedaços de alma que me fazem sentir...

B: Deixa a dor chegar ao fim...depois disto só há calma! Nada que temer, nada que mereça ser salvo...Nada mais a perder...

A: Não quero ajuda!...Não!Espera!...Preciso que me salvem...estou no abismo...será o fundo?

B: Arrependimento e desolação pelo que podias ter sido...Culpa só tua por aquilo em que te tornaste...

A: Como é belo o fundo...Lá a dor parece dissipar-se...

B: Odeio-te e quero-te odiar!...dava-te a mão mas tenho pouca vontade de a estender...

A: Sai daqui! deixa-me!

B: Este ódio cego que te tenho, arde-me no peito...

A: Por favor...uma última vez...

B: Tudo o que foste...foste-o por ti...Destruíste-te sozinho. Parte sozinho!

A: Não me esqueças...

B: Já te esqueceste...

Razões para ver a série "True Blood"




Sookie: "Godric is your maker, isn't he?"
Eric: "Don't use words you don't understand"
Sookie:"You've got a lot of love for him"
Eric:" Don't use words I don't understand"

Este diálogo está brutal, bem como a série em que se enquadra!
Já há algum tempo que não via uma série que me deixasse tão colado!Vampiros,fanáticos religiosos telepatas, transmorfos, divindades gregas...toda uma panóplia de gente que bate mal das ideias reunida numa série...
Quem não conhece e lê isto fica a pensar: "este gajo 'tá parvo". Mas a essas pessoas eu apenas digo:
A mente perturbada que concebeu isto foi, nada mais, nada menos que ALAN BALL. Sim! A mesma mente genial/perturbada (tendem-se a confundir) que criou o "7 palmos de terra".
Baseada na série de livros "Sookie Stackhouse" , True Blood fala sobre a co-existência de vampiros e humanos ,depois dos japoneses desenvolverem um sangue sintético para exportação, na pequena cidade fictícia, do Louisiana, de Bon temps. A série é focada em Sookie Stackhouse, uma rapariga, que trabalha num tipico bar deste tipo de cidades, (o patrão também não é bem normal...) com poderes de telepatia, que se apaixona por um vampiro,Bill Compton...A partir daí é sempre a crescer em termos de qualidade. A 2ª época está-me a deixar mesmo colado.
Tem material para todos os gostos: drama, suspense, Amor, ainda que um bocado negro, e sotaque sulista :) que dá uma pitada de comédia à coisa de vez em quando! chegamos a pontos da história em que não percebemos se algumas das personagens são boas ou más...enfim! Por tudo e mais uma vez: THANK YOU HBO!

sábado, 3 de outubro de 2009

Deftones-change

Esta música tem algo de especial...não é só um gajo a gritar com uma mosca...nem metáforas pseudo-kafkianas sobre metamorfose...
Tem algo que não dá pa perceber, mas dá vontade de começar um motim num concerto, não dá?...enfim..."i've watched you change"...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

CÂNTICO NEGRO

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!


José Régio

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Akron Family - Love is Simple

"sabias que às vezes, as coisas simples são as mais bonitas?"
Valerá a pena se não for simples?


don't be afraid
it's only love

love is simple

don't be afraid
you're already dead

love is simple

I wanna be adored - Stone Roses (acoustic)

I dont have to sell my soul
Hes already in me...
Revivalista...

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Amanda Palmer - "I Want You, But I Don't Need You" - Live at The Music Box

Vale a pena sair à noite e conhecer gente que me ensine qualquer coisinha sobre musica... :D



I like you, and I’d like you to like me to like you
But I don’t need you
Don’t need you to want me to like you
Because if you didn’t like me
I would still like you, you see
La la la
La la la

I lick you, I like you to like me to lick you
But I don’t need you
Don’t need you to like me to lick you
If your pleasure turned into pain
I would still lick for my personal gain
La la la
La la la

I fuck you, and I love you to love me to fuck you
But I don’t fucking need you
Don’t need you to need me to fuck you
If you need me to need you to fuck
That fucks everything up
La la la
La la la

I want you, and I want you to want me to want you
But I don’t need you
Don’t need you to need me to need you
That’s just me
So take me or leave me
But please don’t need me
Don’t need me to need you to need me
Cos we’re here one minute, the next we’re dead
So love me and leave me
But try not to need me
Enough said
I want you, but I don’t need you

La la la
La la la

I love you, and I love how you love how I love you
But I don’t need you
Don’t need you to love me to love you
If your love changed into hate
Would my love have been a mistake?
La la la
La la la

So I’m gonna leave you, and I’d like you to leave me to leave you
But lover believe me, it isn’t because I don’t need you (you know I don’t need you)
All I wanted was to be wanted
But you’re drowning me deep in your need to be needed
La la la
La la la la la la la la la

I want you, and I want you to want me to want you
But I don’t need you
Don’t need you to need me to need you
That’s just me
So take me or leave me
But please don’t need me
Don’t need me to need you to need me
Cos we’re here one minute, the next we’re dead
So love me and leave me
But try not to need me
Enough said
I want you, but I don’t need you

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Devaneios de noites de nevoeiro

Resultado de uma noite de nevoeiro seguida de manhã de aguaceiros...


Escrevo no fim da preserverança,
Memórias de um efémero presente
Que não cessa de quebrar
a luz ao fundo do trilho...

Rua da profundidade...
Os caminhos desapareceram-me da alma...

O meu campo observa cores
De estigmas capazes de fazer naufragar
O céu em noites fugazes...

Gritos mudos ecoam
Incessantemente desse céu...

Céu de escassas esperanças,
De resplandescência...
Perece a meus pés...

Sentido?-Qual sentido?
Profundo?- Quem disse?
Delírios tristes de um gato vadio...
Ou serão?...

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Mas porquê?!?!...

«Às vezes dou este exemplo aos jogadores: aquilo que mais me enervou no filme Titanic foi quando os barcos iam a descer com as senhoras e as crianças e houve um indivíduo que se misturou».
Paulo Bento à Bola

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Tides From Nebula - Shall We?

Post- Rock Polaco...My new addiction (Juntamente com Pure reason revolution) ...Muito na onda de God is an Astronaut ou até de Mogway...Um dos álbums mais geniais e coerentes de que tenho memória...perfeito!

quarta-feira, 15 de julho de 2009

De volta à expressão...

Perdi-me no epílogo de ti…
Olhei para cima e só vi o mesmo fundo…
Repleto de mãos invisíveis,
Num qualquer crepúsculo de criação,
Que se queda pela simplicidade aparente
De uma falsa falta de paixão…

Voltei a sonhar traços imaginários
Com lápis de cera…

Pergunto-me se valeu a pena…

Foi só mais um dia

...calmo...breve...translúcido
Que chegou ao fim.

Os estóicos tinham razão…

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Pearl Jam - Black

Já não me lembrava disto (como é que é possível?..)...nem do facto de a letra ser uma das mais brutais de sempre...
"A piece of advice" não ouçam isto já bêbados com um copo de Gin na mão...Pode levar a uma espécie de experiência transcendental onde se atinge um nível de consciência mínimo...Não muito saudável para o comum dos mortais...


Hey...oooh...
Sheets of empty canvas
Untouched sheets of clay
Were laid spread out before me
As her body once did
All five horizons
Revolved around her soul
As the earth to the sun
Now the air I tasted and breathed
Has taken a turn
Ooh and all I taught her was everything
Ooh I know she gave me all that she wore
And now my bitter hands
Chafe beneath the clouds
Of what was everything
Oh the pictures have
All been washed in black
Tattooed everything
I take a walk outside
I'm surrounded by
Some kids at play
I can feel their laughter
So why do I sear
Oh, and twisted thoughts that spin
Round my head
I'm spinning
Oh, I'm spinning
How quick the sun can, drop away...
And now my bitter hands
Cradle broken glass
Of what was everything
All the pictures had
All been washed in black
Tattooed everything
All the love gone bad
Turned my world to black
Tattooed all I see
All that I am
All I'll be...
Yeah
Uh huh...uh huh...ooh...
I know someday you'll have a beautiful life
I know you'll be a sun
In somebody else's sky
But why
Why
Why can't it be
Why can't it be mine
(not sure?)
mm-hmm no yeah no
mm mmmm no nonono yeah yeah
we-
we belong
we belong together
together
oooh ooh
we-
we belong
we belong together
oh yeah

terça-feira, 7 de julho de 2009

Marcy Playground- Sex and Candy

Quem se lembra disto? :)
Bring back the Grunge ...

Citação

"Não seremos capazes de modificar um único homem; e se alguma vez o conseguíssemos seria talvez, para nosso espanto, para nos darmos também conta de outra coisa: é que teríamos sido nós próprios modificados por ele!"
Nietzsche

Pretérito menos-que-perfeito

Quando eu sonhava, era assim
Que nos meus sonhos a via:
E era assim que me fugia,
Apenas eu despertava
Essa imagem fugidia
Que nunca pude alcançar.
Agora que estou desperto,
Agora a vejo fixar...
Para que? - Quando era vaga,
Uma ideia, um pensamento,
Um raio de estrela incerto
No imenso firmamento,
Uma quimera, um vão sonho,
Eu sonhava - mas vivia:
Prazer não sabia o que era,
Mas dor não na conhecia...

Almeida Garrett

terça-feira, 23 de junho de 2009

Se conseguisse falar sem ser por metáforas...


O que me dói não é
O que há no coração
Mas essas coisas lindas
Que nunca existirão...

São as formas sem forma
Que passam sem que a dor
As possa conhecer
Ou as sonhar o amor.

São como se a tristeza
Fosse árvore e, uma a uma,
Caíssem suas folhas
Entre o vestígio e a bruma.


Fernando Pessoa

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Placebo - I Know

Não consigo deixar de ouvir...Vou fundar os Placebolicos anónimos...

Se conseguisse falar sem ser por metáforas...

"Rita, como vês estás sempre presente. É como a ligação entre nós, que receei nos continuasse a prender. Volto a ver-te, e no fundo espero cada dia. Mas há-de existir um momento em que todos partirão e tu continuarás viva. Despertaste qualquer coisa em mim, tens de criar o que e teu!
Pensei há pouco que tornava a ver-te. Talvez não. Não sou capaz de dizer o que devia confessar-te: é que estou contigo sem te tocar, desde sempre e até ao fim. Ando à tua procura, será que te encontro? Estou aqui. Sou diferente, a minha pele mudou mas conserva o teu cheiro, mudei de ódios (já não me importo com os betos da escola), estou a pouco e pouco a ganhar gosto à vida, mas não te esqueço. será que me recordas? Lembras-te, como eu, do mais pequeno pormenor da casa do Meco? ou deixaste mergulhar tudo no silêncio da tua partida, na desordem da tua morte? ficou um fio da nossa vida na tua memória?"

Daniel Sampaio in Tudo o que temos cá dentro

De volta à poesia...

A Noite Dissolve os Homens

A noite desceu. Que noite!
Já não enxergo meus irmãos.
E nem tão pouco os rumores que outrora me perturbavam.

A noite desceu. Nas casas, nas ruas onde se combate,
nos campos desfalecidos, a noite espalhou o medo e a total incompreensão.
A noite caiu. Tremenda, sem esperança...
Os suspiros acusam a presença negra que paralisa os guerreiros.

E o amor não abre caminho na noite.
A noite é mortal, completa, sem reticências,
a noite dissolve os homens, diz que é inútil sofrer,
a noite dissolve as pátrias, apagou os almirantes cintilantes!
nas suas fardas.

A noite anoiteceu tudo... O mundo não tem remédio...
Os suicidas tinham razão.

Aurora, entretanto eu te diviso,
ainda tímida, inexperiente das luzes que vais ascender
e dos bens que repartirás com todos os homens.

Sob o úmido véu de raivas, queixas e humilhações,
adivinho-te que sobes,
vapor róseo, expulsando a treva noturna.

O triste mundo fascista se decompõe ao contato de teus dedos,
teus dedos frios, que ainda se não modelaram mas que avançam
na escuridão
como um sinal verde e peremptório.

Minha fadiga encontrará em ti o seu termo,
minha carne estremece na certeza de tua vinda.

O suor é um óleo suave, as mãos dos sobreviventes
se enlaçam,
os corpos hirtos adquirem uma fluidez, uma inocência, um perdão
simples e macio...

Havemos de amanhecer.
O mundo se tinge com as tintas da antemanhã
e o sangue que escorre é doce, de tão necessário
para colorir tuas pálidas faces, aurora.


Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 5 de junho de 2009

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Social Democracia

Nos últimos dias tem surgido em conversas o tema da Social Democracia e o porquê de eu acreditar nesta e não no famigerado "socialismo" (que nunca fará sentido na minha cabeça). Posto isto lembrei-me de dedicar um post à explicação da social democracia em si. Isto pode parecer surpreendente para muita gente mas e se eu vos dissesse que a Social Democracia derivou do Marxismo?!?!!? Pois é...
Passo então a dar a definição:

Social-Democracia: Concepção política saída do marxismo, também designada de "socialismo democrático". Afirmou-se em finais do século XIX. Defende uma concepção menos interventiva do Estado do Estado. Aceita a propriedade privada, apostando numa política centrada em reformas sociais caracterizadas por uma grande preocupação com as pessoas mais carentes ou desprotegidas e uma distribuição mais equitativa da riqueza gerada.


A social-democracia, como política gradualista de transformação social, surgiu quando, em finais do século XIX, alguns partidos que se reclamavam do ideário marxista abandonaram esta orientação política. Eduard Bernstein (1850-1932) foi um dos lideres e teóricos políticos que operou esta ruptura no Partido Social Democrata da Alemanha. Bernstein começou por ser um defensor acérrimo das ideias de Marx e Engels, mas após rigorosa análise à evolução das sociedades onde a economia capitalista estava mais desenvolvida, convenceu-se que as teses marxistas estavam erradas. A revolução estava longe de ser nelas uma inevitabilidade histórica, como afirmava Marx. Pelo contrário seria até improvável que ocorressem. A partir de 1897, Bernstein publica um conjunto de artigos e livros onde refuta as teses marxistas:

1. A progressiva miséria dos trabalhadores não se verifica nas economias capitalistas avançadas;

2. As classes médias estavam longe de se dissolverem no proletariado;

3.O aumento da produção em massa das economias capitalistas, acaba por gerar um aumento de produtos para serem consumidos pelos próprios trabalhadores, tornado-os desta forma beneficiários da riqueza dos capitalistas. Em síntese, no capitalismo o seu estado mais desenvolvido, em vez de aumentar a pobreza, gerava uma melhoria do bem estar da população.

Assim sendo, o Partidos Sociais-Democratas em vez de contribuírem para o seu rápido colapso do capitalismo, através de uma revolução social, deveriam actuar no sentido do seu desenvolvimento de forma a garantirem que a distribuição da riqueza gerada se fizesse em prol dos mais desfavorecidos. A Social-Democracia torna-se assim parte interessada no desenvolvimento do próprio capitalismo.

O grande avanço da social-democracia na Europa, ocorre só depois da IIª. Guerra Mundial, quando os Partidos Socialistas aplicam com grande êxito os seus programas reformistas, em especial na Grã-Bretanha, Alemanha e nos países na Escandinavos. O bem estar alcançado pareceu de súbito confirmar as teses de Bernstein.

No princípio dos anos 70 era cada vez mais evidente que estes partidos haviam abandonado há muito a ideia de instaurarem um regime socialista. O Dilema "revolução ou reforma" deixara de fazer sentido. O que os distingue dos Partidos Liberais era sobretudo as suas preocupações de natureza social, nomeadamente com a pobreza e a exclusão social.


Espero que a explicação esteja esclarecedora...

E já agora, dia 7 mesmo que não seja para votar no Dr. Paulo Rangel, pelo menos, vão votar! :)


Fonte : http://afilosofia.no.sapo.pt/11SocialDemocracia.htm

Pensamento

Desaparecido o fervor de uma monomania, falta uma ideia central para dar significado aos momentos interiores esparsos. Em suma, quanto mais o espírito está absorvido por um humor dominante, mais a paisagem interior se enriquece e varia. É preciso procurar uma só coisa, para encontrar muitas.
Cesare Pavese

terça-feira, 26 de maio de 2009

65daysofstatic - Retreat! Retreat!

Não posso fazer um post com uma banda de post-rock sem fazer outro com 65daysofstatic...e sim, tal como no post anterior, é tudo junto "65daysofstatic"...Escusado será dizer que a minha onda agora é mesmo post-rock e math-rock...

Maybeshewill - He Films The Clouds

Realmente quando venho para a Lousã o que perco de alma ganho em cultura musical...Como é que é possível não ter conhecido Maybeshewill antes!?!?!?Mas pronto...Relativamente à música propriamente dita, esta pode ser um pouco "pesada" para alguns ouvidos mas o post-rock é assim mesmo...Mas(!) não deixem de ouvir...

toe - path

Acho Sempre positivo espalhar o math rock japonês...Quem gosta de Mogway vai adorar...Já ouvi o álbum todo e é de uma coerência e de uma alma que não há palavras....EnJOy

sábado, 23 de maio de 2009

Manuela Moura Guedes Vs Marinho Pinto

Ai Portugal, Portugal...Do que é que tu estás à espera...tens o pano na galera...outro no fundo do mar...

Oh Ditosa Pátria que tais filhos tens... LoL

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Karl Jaspers in 'Iniciação Filosófica'

Iniciei há muito muito pouco tempo a minha "viagem" pela obra deste senhor mas penso que, volto a realçar, do pouco que li este Senhor merece lugar de destaque...Um homem que defendia que a ciência não pode ser concebida sem o ponto de vista critico da Filosofia. Fez como poucos a ponte entre a Filosofia e a Psicologia...
(Desafio-vos a encontrar Nietzsche aqui nas entrelinhas :) ...)


"A ânsia de uma orientação filosófica da vida nasce da obscuridade em que cada um se encontra, do desamparo que sente quando, em carência de amor, fica o vazio, do esquecimento de si quando, devorado pelo afadigamento, súbito acorda assustado e pergunta: que sou eu, que estou descurando, que deverei fazer?
O auto-esquecimento é fomentado pelo mundo da técnica. Pautado pelo cronómetro, dividido em trabalhos absorventes ou esgotantes que cada vez menos satisfazem o homem enquanto homem, leva-o ao extremo de se sentir peça imóvel e insubstituivel de um maquinismo de tal modo que, liberto da engrenagem, nada é e não sabe o que há-de fazer de si. E, mal começa a tomar consciência, logo esse colosso o arrasta novamente para a voragem do trabalho inane e da inane distracção das horas de ócio. Porém, o pendor para o auto-esquecimento é inerente à condição humana. O homem precisa de se arrancar a si próprio para não se perder no mundo e em hábitos, em irreflectidas trivialidades e rotinas fixas.
Filosofar é decidirmo-nos a despertar em nós a origem, é reencontrarmo-nos e agir, ajudando-nos a nós próprios com todas as forças.
Na verdade a existência é o que palpavelmente está em primeiro lugar: as tarefas materiais que nos submetem às exigências do dia-a-dia. Não se satisfazer com elas, porém, e entender essa diluição nos fins como via para o auto-esquecimento, e, portanto, como negligência e culpa, eis o anelo de uma vida filosóficamente orientada. E, além disso, tomar a sério a experiência do convívio com os homens: a alegria e a ofensa, o êxito e o revés, a obscuridade e a confusão. Orientar filosoficamente a vida não é esquecer, é assimilar, não é desviar-se, é recriar intimamente, não é julgar tudo resolvido, é clarificar.
São dois os seus caminhos: a meditação solitária por todos os meios de consciencialização e a comunicação com o semelhante por todos os meios da recíproca compreensão, no convívio da acção, do colóquio ou do silêncio. "

quinta-feira, 14 de maio de 2009

The Fall - Reformation

God Bless Manchester's Alleys :)

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Radiohead - Fake Plastic Trees

Tinha eu os meus 10 anos +/- é de um dos primeiros albums deles ... Esta música foi inspirada no Jeff Buckley (que na altura não conhecia- infelizmente), depois de assistirem a um concerto dele...Genial!!!!

Drowning Pool - Bodies (Let The Bodies Hit The Floor)

Flashbacks...Estou numa de ouvir músicas da minha infância (Risos) Esta marcou os meus 14...15 aninhos...tão normal que o menino era :P

domingo, 10 de maio de 2009

Citação

"A solidão cria o original, o belo ousado e estranho cria a poesia. Mas cria também o distorcido, o desproporcionado, o absurdo e o proibido."
Thomas Mann

sábado, 25 de abril de 2009

Pensamento

"A cultura não se obtém com um labor obtuso e intensivo e é antes o produto da liberdade e da ociosidade exterior. Não se adquire, respira-se. O que trabalha para ela são os elementos ocultos. Uma secreta aplicação dos sentidos e do espírito, conciliável com um devaneio quase total em aparência, solicita diariamente as riquezas dessa cultura, podendo dizer-se que o eleito a adquire a dormir. Isto porque é necessário ser dúctil para se poder ser instruído. Ninguém pode adquirir o que não possui ao nascer, nem ambicionar o que lhe é estranho. Quem é feito de madeira ordinária nunca se afinará, porque quem se afina nunca foi grosseiro. Nesta matéria, é também muito difícil traçar uma linha de separação nítida entre o mérito pessoal e aquilo que se chama o favor das circunstâncias."

Thomas Mann

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Citação

"As Vezes construímos sonhos em cima de grandes pessoas... O tempo passa... e descobrimos que grandes mesmo eram os sonhos e as pessoas pequenas demais para torná-los reais!"