segunda-feira, 11 de maio de 2015
quinta-feira, 7 de maio de 2015
06:24
O sol nasce por detrás dos montes traz uma luz ténue e um calor fugaz....a história terminou e com ela levou o sol...ergueu-se uma cortina de fumo que torna o mundo basso e oco ...uma bruma de lembranças pálidas e doridas...carrego-as como um fardo que me abrasa a pele,que me dilacera o peito e leva em si o que foi outrora belo e brilhante...felicidade ofuscante que se quedou por detrás da cortina...perdida na bruma e esquecida nos tempos que precederam o nascer deste sol..que já não aquece e que já não me ilumina...sê feliz meu eu por detrás de neblina...jaz feliz na memória do abraço quente...e da ternura que o sol levou. Amo-te
quarta-feira, 29 de abril de 2015
Таял. Федоров Л.
Os mundos que há por esse mundo...A meta-comunicação da música...Talvez muito mais coerente que a linguagem...Por vezes é bom abrirmos o coração ao mundo e deixá-lo entrar com toda a força e violência que isso acarreta...E com isso a realização de que estamos mais vivos que aquilo que pensamos ou nos fazemos pensar...Podendo chegar ao fim de alguns dias e dizer: " Estou aqui, estou vivo, é isto e hoje, nem que seja só por hoje, ainda bem!"
domingo, 5 de abril de 2015
Como é que se Esquece Alguém que se Ama?
Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?
As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguem antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar.
É preciso aceitar esta mágoa esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução.
Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença de que se padece. Muitas vezes só existe a agulha.
Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado.
O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar.
Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume'
As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguem antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar.
É preciso aceitar esta mágoa esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução.
Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença de que se padece. Muitas vezes só existe a agulha.
Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado.
O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar.
Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume'
quarta-feira, 18 de março de 2015
segunda-feira, 9 de março de 2015
José González - Stay Alive
"Look into the sun as the new days rise
There's a rhythm in rush these days
Where the lights don't move
And the colors don't fade
Leaves you empty with nothing but dreams
In a world gone shallow
In a world gone lean"
sábado, 7 de março de 2015
Escrevo e não sei o porquê...
Estou vazio de sentidos, de vontades e de esperanças em que algo vá mudar...desencontrei-me de mim quando te perdi...não sei como me reaver. Está escuro aqui...estou gelado e só...quero adormecer e desistir. Não quero lutar mais. Não tenho razões nem forças...o assombro é real e palpável e está a ganhar. Não me consigo abrir nos espaços da chuva e preciso tanto de um abraço sentido...as forças que me restam são absorvidas para a uma guerra que travo com memórias do que foi resplandecente e brando...uma guerra para a qual não estou preparado...a logística da alma é intrincada e eu não aguento mais frentes...Dilacera-me o coração a falta do teu abraço…Estou a cair… desamparado…só…no esquecimento do nós. Foi inteligível e verdadeira a tua pretensão…Cedo perante o teu desapaixonamento… Perdi a minha maior amizade porque dissipei quem era…Compreendo, fecho os olhos…aceito…a queda já vai longa e já não vejo luz há muito…estou a chegar…não tenho onde nem porque me agarrar…
Estou vazio de sentidos, de vontades e de esperanças em que algo vá mudar...desencontrei-me de mim quando te perdi...não sei como me reaver. Está escuro aqui...estou gelado e só...quero adormecer e desistir. Não quero lutar mais. Não tenho razões nem forças...o assombro é real e palpável e está a ganhar. Não me consigo abrir nos espaços da chuva e preciso tanto de um abraço sentido...as forças que me restam são absorvidas para a uma guerra que travo com memórias do que foi resplandecente e brando...uma guerra para a qual não estou preparado...a logística da alma é intrincada e eu não aguento mais frentes...Dilacera-me o coração a falta do teu abraço…Estou a cair… desamparado…só…no esquecimento do nós. Foi inteligível e verdadeira a tua pretensão…Cedo perante o teu desapaixonamento… Perdi a minha maior amizade porque dissipei quem era…Compreendo, fecho os olhos…aceito…a queda já vai longa e já não vejo luz há muito…estou a chegar…não tenho onde nem porque me agarrar…
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015
Auktyon, Medeski, Ribot - "Padal" Live in St.Petersburg
Chove la fora…tudo é cinzento
menos aquele horizonte onde te sinto…
menos aquele horizonte onde te sinto…
Sorrio por um segundo antes
de acordar…A viagem acaba de começar…falta tanto…falta sentir, falta gritar,
falta chorar…falta sentir a tua falta…
de acordar…A viagem acaba de começar…falta tanto…falta sentir, falta gritar,
falta chorar…falta sentir a tua falta…
Voltou o Vazio…essa entidade
que até hoje só tu soubeste vencer…Está de volta essa velha companhia…e não sei
o que fazer dela…
que até hoje só tu soubeste vencer…Está de volta essa velha companhia…e não sei
o que fazer dela…
Odeio o sabor do regresso a
um castelo onde ainda há vitimas do ultimo confronto…uma paisagem desolada
dentro de paredes de pedra que deviam proteger…mas que são mortais quando
desabam…tudo desabou com uma violência que não sinto que tenhas sentido…
um castelo onde ainda há vitimas do ultimo confronto…uma paisagem desolada
dentro de paredes de pedra que deviam proteger…mas que são mortais quando
desabam…tudo desabou com uma violência que não sinto que tenhas sentido…
Vi o alívio nos teus olhos
que olhavam a desesperança no fundo dos meus…sent aí todo o abandono e todas as
coisas falhadas a tomar conta do que devia ter sido uma eterna canção de
embalar…um abraço quente deu lugar a um desesperante “adeus~ que culminou no
último embarque…
que olhavam a desesperança no fundo dos meus…sent aí todo o abandono e todas as
coisas falhadas a tomar conta do que devia ter sido uma eterna canção de
embalar…um abraço quente deu lugar a um desesperante “adeus~ que culminou no
último embarque…
Sei estar só. E odeio-o.
Sou-me mais uma vez,
plenamente. E odeio-o.
plenamente. E odeio-o.
Destroços do que ficou…pedras
pesadas de sentimentos puros…
pesadas de sentimentos puros…
Árvores despidas, abandonadas
à sua sorte, dançam ao vento.
à sua sorte, dançam ao vento.
Olho em volta…ainda chove
como naquela madrugada e não, já não há sol no horizonte
como naquela madrugada e não, já não há sol no horizonte
quinta-feira, 22 de janeiro de 2015
È hoje
Ia sendo, podia ser, foi, já não é...abandonaste-me e contigo levaste aquele Eu...não devia ser mas foi.Adeus,até um dia, até nunca.sê o que fores, o que quiseres, o que puderes ser...somos todos melhores sem pesos e sem amarras...talvez mas as tempestades afundam aqueles que derivam sem rumo...há sol no horizonte e ele traz um novo dia...pelo menos para quem ficou em terra.fiquei no fundo, longe do tempo que passa, alheado do real que devorou a imaginação, afogado em sonhos do que ia sendo, do que podia ser, do que foi, do que já não é e agora nunca será...
As palavras e as promessas eram hoje um futuro promissor, formas definidas vistas do céu de onde tudo parece mais claro e belo...de perto me abandonaste por uma ideia só tua de liberdade. Aqueles momentos que ficam para aquela história não escrita, agarram se a mim, maliciosamente cravados em parte incerta.
A paixão transformou se ,nas garras da solidão, em algo vazio e desprovido de sentido.
Fica a saudade do que ia sendo, do que podia ser, do que foi...
As palavras e as promessas eram hoje um futuro promissor, formas definidas vistas do céu de onde tudo parece mais claro e belo...de perto me abandonaste por uma ideia só tua de liberdade. Aqueles momentos que ficam para aquela história não escrita, agarram se a mim, maliciosamente cravados em parte incerta.
A paixão transformou se ,nas garras da solidão, em algo vazio e desprovido de sentido.
Fica a saudade do que ia sendo, do que podia ser, do que foi...
terça-feira, 20 de janeiro de 2015
sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
Não digas nada!
Nem mesmo a verdade
Há tanta suavidade em nada se dizer
E tudo se entender —
Tudo metade
De sentir e de ver...
Não digas nada
Deixa esquecer
Talvez que amanhã
Em outra paisagem
Digas que foi vã
Toda essa viagem
Até onde quis
Ser quem me agrada...
Mas ali fui feliz
Não digas nada.
Fernando Pessoa
Nem mesmo a verdade
Há tanta suavidade em nada se dizer
E tudo se entender —
Tudo metade
De sentir e de ver...
Não digas nada
Deixa esquecer
Talvez que amanhã
Em outra paisagem
Digas que foi vã
Toda essa viagem
Até onde quis
Ser quem me agrada...
Mas ali fui feliz
Não digas nada.
Fernando Pessoa
quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
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