quarta-feira, 3 de junho de 2009

Social Democracia

Nos últimos dias tem surgido em conversas o tema da Social Democracia e o porquê de eu acreditar nesta e não no famigerado "socialismo" (que nunca fará sentido na minha cabeça). Posto isto lembrei-me de dedicar um post à explicação da social democracia em si. Isto pode parecer surpreendente para muita gente mas e se eu vos dissesse que a Social Democracia derivou do Marxismo?!?!!? Pois é...
Passo então a dar a definição:

Social-Democracia: Concepção política saída do marxismo, também designada de "socialismo democrático". Afirmou-se em finais do século XIX. Defende uma concepção menos interventiva do Estado do Estado. Aceita a propriedade privada, apostando numa política centrada em reformas sociais caracterizadas por uma grande preocupação com as pessoas mais carentes ou desprotegidas e uma distribuição mais equitativa da riqueza gerada.


A social-democracia, como política gradualista de transformação social, surgiu quando, em finais do século XIX, alguns partidos que se reclamavam do ideário marxista abandonaram esta orientação política. Eduard Bernstein (1850-1932) foi um dos lideres e teóricos políticos que operou esta ruptura no Partido Social Democrata da Alemanha. Bernstein começou por ser um defensor acérrimo das ideias de Marx e Engels, mas após rigorosa análise à evolução das sociedades onde a economia capitalista estava mais desenvolvida, convenceu-se que as teses marxistas estavam erradas. A revolução estava longe de ser nelas uma inevitabilidade histórica, como afirmava Marx. Pelo contrário seria até improvável que ocorressem. A partir de 1897, Bernstein publica um conjunto de artigos e livros onde refuta as teses marxistas:

1. A progressiva miséria dos trabalhadores não se verifica nas economias capitalistas avançadas;

2. As classes médias estavam longe de se dissolverem no proletariado;

3.O aumento da produção em massa das economias capitalistas, acaba por gerar um aumento de produtos para serem consumidos pelos próprios trabalhadores, tornado-os desta forma beneficiários da riqueza dos capitalistas. Em síntese, no capitalismo o seu estado mais desenvolvido, em vez de aumentar a pobreza, gerava uma melhoria do bem estar da população.

Assim sendo, o Partidos Sociais-Democratas em vez de contribuírem para o seu rápido colapso do capitalismo, através de uma revolução social, deveriam actuar no sentido do seu desenvolvimento de forma a garantirem que a distribuição da riqueza gerada se fizesse em prol dos mais desfavorecidos. A Social-Democracia torna-se assim parte interessada no desenvolvimento do próprio capitalismo.

O grande avanço da social-democracia na Europa, ocorre só depois da IIª. Guerra Mundial, quando os Partidos Socialistas aplicam com grande êxito os seus programas reformistas, em especial na Grã-Bretanha, Alemanha e nos países na Escandinavos. O bem estar alcançado pareceu de súbito confirmar as teses de Bernstein.

No princípio dos anos 70 era cada vez mais evidente que estes partidos haviam abandonado há muito a ideia de instaurarem um regime socialista. O Dilema "revolução ou reforma" deixara de fazer sentido. O que os distingue dos Partidos Liberais era sobretudo as suas preocupações de natureza social, nomeadamente com a pobreza e a exclusão social.


Espero que a explicação esteja esclarecedora...

E já agora, dia 7 mesmo que não seja para votar no Dr. Paulo Rangel, pelo menos, vão votar! :)


Fonte : http://afilosofia.no.sapo.pt/11SocialDemocracia.htm

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