Iniciei há muito muito pouco tempo a minha "viagem" pela obra deste senhor mas penso que, volto a realçar, do pouco que li este Senhor merece lugar de destaque...Um homem que defendia que a ciência não pode ser concebida sem o ponto de vista critico da Filosofia. Fez como poucos a ponte entre a Filosofia e a Psicologia...
(Desafio-vos a encontrar Nietzsche aqui nas entrelinhas :) ...)
(Desafio-vos a encontrar Nietzsche aqui nas entrelinhas :) ...)
"A ânsia de uma orientação filosófica da vida nasce da obscuridade em que cada um se encontra, do desamparo que sente quando, em carência de amor, fica o vazio, do esquecimento de si quando, devorado pelo afadigamento, súbito acorda assustado e pergunta: que sou eu, que estou descurando, que deverei fazer?
O auto-esquecimento é fomentado pelo mundo da técnica. Pautado pelo cronómetro, dividido em trabalhos absorventes ou esgotantes que cada vez menos satisfazem o homem enquanto homem, leva-o ao extremo de se sentir peça imóvel e insubstituivel de um maquinismo de tal modo que, liberto da engrenagem, nada é e não sabe o que há-de fazer de si. E, mal começa a tomar consciência, logo esse colosso o arrasta novamente para a voragem do trabalho inane e da inane distracção das horas de ócio. Porém, o pendor para o auto-esquecimento é inerente à condição humana. O homem precisa de se arrancar a si próprio para não se perder no mundo e em hábitos, em irreflectidas trivialidades e rotinas fixas.
Filosofar é decidirmo-nos a despertar em nós a origem, é reencontrarmo-nos e agir, ajudando-nos a nós próprios com todas as forças.
Na verdade a existência é o que palpavelmente está em primeiro lugar: as tarefas materiais que nos submetem às exigências do dia-a-dia. Não se satisfazer com elas, porém, e entender essa diluição nos fins como via para o auto-esquecimento, e, portanto, como negligência e culpa, eis o anelo de uma vida filosóficamente orientada. E, além disso, tomar a sério a experiência do convívio com os homens: a alegria e a ofensa, o êxito e o revés, a obscuridade e a confusão. Orientar filosoficamente a vida não é esquecer, é assimilar, não é desviar-se, é recriar intimamente, não é julgar tudo resolvido, é clarificar.
São dois os seus caminhos: a meditação solitária por todos os meios de consciencialização e a comunicação com o semelhante por todos os meios da recíproca compreensão, no convívio da acção, do colóquio ou do silêncio. "
3 comentários:
Oii... Eu sou de PernambucO e vow fazeer um trampO sobree esse cariinha aì.. Vlw's!!
Agr so falta sabeer kanto eu tireei
BzO's ;)
Eu devo tá no mesmo trabalho que esse cara que comentou, sou de PE também e tô com o mesmo trabalho de filosofia sobre Karl Jaspers, mas o segundo filosofo é Nietzche, bom, brigadão pelo seu texto, ajudou muito ^^
Ainda bem que o texto ajudou...De facto, Karl Jaspers é leitura muito interessante...Boa sorte para o trabalho!
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