sábado, 11 de outubro de 2008

Hoje viajei numa metáfora...

Sentimos que pensamos muito e pensamos que sentimos pouco...Olhamos em redor e não nos vemos como queríamos...perdemo-nos em mares revoltos pelas ondas...pois zangam-se os mares quando derretem grandes icebergs...Afogamo-nos depois em alegorias e perdemo-nos nas cavernas fundadas em memórias abandonadas...Erigimos pontes que nos levem de volta ao início mas já perdemos o rumo...Escutamos, apavorados, o eco da nossa existência...deixamo-nos invadir pelo medo do vazio ao ponto de cessarmos a busca pela plenitude...Abraçamos a realidade e ignoramos emoções verdadeiras...Esquecemos os tempo e começamos a pensar em eras...cresce dentro de nós uma paz podre que nos levará à destruição de sonhos...Somos abatidos, sem clemência, na praia da Humanidade...Mas de espada na mão pereceremos...Cuspindo na cara dos destinos e acreditando que haverão,algures, resquícios de beleza intocável...

5 comentários:

Anónimo disse...

a música do teu texto: the piano, michael nyman.

Purple disse...

Estava mais uma vez a dar uma vista de olhos no teu blog (existe sempre qualquer coisa interessante no teu blog) e deti-me neste texto...soou-me como uma descrição quase perfeita do sofrimento (sim, porque uma descrição do sofrimento nunca pode ser perfeita)... De facto, quando "sentimos que pensamos muito e pensamos que sentimos pouco" e ainda por cima "olhamos em redor e não nos vemos como queríamos" temos a receita base da infelicidade...mas talvez os pensamentos pesem menos quando os partilhamos com alguém que nos faça sentir que existem pessoas que gostam de nós como somos, sem que seja necessário sermos como queríamos...e isso nos traga emoções verdadeiras... Talvez seja demasiado difícil erigir pontes que nos levem ao início, mas podemos sempre tentar ver os nossos sonhos como um rumo, antes que sejam destruídos pela paz podre que cresce dentro de nós e, quem sabe esta pare de crescer por já não ver os nossos sonhos à mercê da destruição... Apesar de todo o desalento, pareceu-me notar uma réstia de esperança no fim do texto...espero que esta nunca se desvaneça!

Purple disse...

Concordo com o que o anónimo disse...de facto, a banda sonora do filme "The Piano", podia perfeitamente ser a banda sonora deste texto...

A Voz disse...

"talvez os pensamentos pesem menos quando os partilhamos com alguém que nos faça sentir que existem pessoas que gostam de nós como somos, sem que seja necessário sermos como queríamos...e isso nos traga emoções verdadeiras..."...Penso que o facto de alguém nos compreender e gostar de nós como nós somos...não se liga ao facto de não haver emoções verdadeiras...pelo menos não com a Força que eu tava a falar

A Voz disse...

e sim "anónimo" :) a música é perfeita...